Transtornos alimentares em homens
Nove para um. Essa é a proporção média dos casos de transtornos alimentares entre mulheres e homens. Temos a ligeira impressão de que homens nunca se preocupam com nada - diferentemente das mulheres - e que claramente não são afetados por problemas na relação com a alimentação.
Não é o que diz a realidade. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, divulgada em 2017, os casos de transtorno alimentar tem crescido entre os homens. Ainda de acordo com a pesquisa, o aumento considerável se deve a busca incessante pelo corpo perfeito.
Como bem sabemos, os transtornos alimentares necessitam de cuidado. Comportamentos alimentares como anorexia e bulimia são sempre associados à mulheres, mas se tratando de doença, homens também estão suscetíveis.
Por que o assunto dos transtornos alimentares não é comum entre os homens?
Homens normalizaram coisas que precisam ser normalizadas como pêlos, dobras, barriga, estrias e tantas outras coisas que são “inaceitáveis” quando o assunto é ser mulher. Ainda assim, a pressão estética silenciosa ainda molda a vida de muitos homens e traz uma relação nociva com a comida. Comer demais e se sentir culpado não é algo que acontece apenas com elas.
Mas a verdade é que eles não falam sobre isso. Eles se recusam a acreditar que há algum problema na forma que eles comem - ou no sentimento que a comida traz para eles. E então, uma casca vai se criando. Uma casca de medo, vergonha e dúvida. Desta forma, os transtornos alimentares para a população masculina acabam sendo um pouco mais invisível.
Assumir as próprias vulnerabilidades é o primeiro passo para o enfrentamento
Reconstruir uma relação de carinho e respeito com o próprio corpo é algo que precisa, além de uma grande vontade interna, uma ajuda de quem entende. Olhe para o lado. Veja os homens que estão ao seu redor: o que eles falam é também o que eles vivem? Se puder ajudar, preste atenção aos detalhes.
Enxergue de verdade. Ofereça ajuda. O primeiro passo começa com um diagnóstico seguido de um acolhimento adequado.