As armadilhas do dia do lixo

Uma das grandes falácias da cultura de dietas é aquela ideia de "dia do lixo". Sabe aquele dia da semana que pessoas em dieta costumam tirar para compensar os dias "disciplinados"? E aí comem e bebem finalmente o que têm vontade, geralmente de maneira exagerada? Pois bem, esta prática pode ser bastante nociva. Vou te explicar o por quê.

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Compreendendo o dia do lixo nas dietas restritivas

O dia do lixo é um mecanismo compensatório da mente que tenta dar uma sensação de alívio e satisfação em meio às restrições das dietas. É como se fosse uma "fuga" rápida da disciplina, pra dar um alívio na rotina super regrada que se tenta seguir.

A lógica é mais ou menos essa: "eu me sacrifiquei demais, agora é a hora da minha recompensa" Mas aí que tá: diante de toda essa restrição e disciplina, as pessoas acabam criando expectativas pra esse “dia do lixo”, e adquirem um comportamento compulsivo, que pode levar a transtornos alimentares bem complicados pra nossa saúde.

Quais são os perigos de fazer dia do lixo?

Além disso, a própria lógica do "dia do lixo" é capciosa. Veja bem, se eu nomeio as coisas que eu mais gosto de "lixo", eu coloco elas como um inimigo. É como se a gente "moralizasse" os alimentos, separando eles entre bons e maus.

Isso gera uma carga emocional para nossas escolhas alimentares, que vão desencadear sentimentos de culpa e frustração, além de se tornarem gatilhos para crises das mais diversas. Nesse jogo de restrição, eles ainda se tornam algo proibido e, por isso, hiperdesejados.

Sem restrição e sem lixo: como é possível caminhar na direção contrária?

A lógica perversa que o dia do lixo possui pode ser combatida quando o equilíbrio na alimentação é encontrado. Eu consigo incluir os alimentos que me dão prazer de maneira consciente nos momentos em que tenho vontade de consumi-los? Como eu posso cuidar mais de mim sem precisar me "punir" e me "recompensar" por isso?

Talvez essas perguntas façam sentido. O que eu posso dizer é que as respostas e soluções para situações como essas só podem se dar na via do desenvolvimento de uma mentalidade de autocuidado e da aquisição de uma liberdade alimentar e emocional. Afinal, comida também é sentimento que deve ser acolhido!