O que o livro 'Nutricionismo' nos ensina sobre nutrição gentil?
Vez ou outra, sempre falamos aqui sobre como a alimentação intuitiva pode contribuir para combater a "matematização" da vida e da alimentação, e também os padrões corporais e de beleza que tentam nos impor desde muito cedo.
Dentro deste contexto, a edição brasileira do livro "Nutricionismo: a ciência e a política do aconselhamento nutricional" do cientista Gyorgy Scrinis, traz importantes reflexões sobre aprender a se alimentar de maneira intuitiva, sem lógicas de privações e "reducionismo", e como isso pode ser algo revolucionário e transformador.
As reflexões do livro Nutricionismo
Enquanto defensora de uma nutrição com foco em comportamento alimentar, e não refém da “matematização” imposta pelas dietas restritivas, o mais interessante no livro de Scrinis é a maneira como problemas complexos são tratados de maneira objetiva e super compreensível. E tudo com um embasamento científico bastante robusto - como tem que ser, sempre! - que só reforça a importância e a eficácia da alimentação intuitiva.
O nome “nutricionismo” não é à toa: ele remete à fusão das palavras “nutrição” e “reducionismo”, uma combinação que sintetiza uma visão crítica sobre o aconselhamento nutricional hegemônico (ou seja, dietas restritivas) e o senso comum em torno do tema.
O famoso dilema de vilão x mocinho na alimentação
No livro, há bastante discussão sobre a moralização dos alimentos (vilões x mocinhos) e as maneiras sobre como nós passamos a associar alguns alimentos - e o próprio ato de se alimentar - a um sentimento de culpa e vilania. Porém, o autor faz questão de deixar claro que este é um conceito inexistente.
O livro de Scrinis é fundamental para quem deseja refletir sobre essas abordagens e as mensagens difundidas pela indústria de produtos comestíveis ultraprocessados. Sem dúvidas, nos dá um importante embasamento para avançarmos nas discussões em torno da alimentação intuitiva e das práticas realmente sadias e efetivas oferecidas pela nutrição.