Como o nutricionista deve acolher um paciente?

Às vezes o silêncio do paciente fala muito mais alto e soa muito mais eloquente do que qualquer coisa que ele possa dizer. Há muitas informações importantes na ausência de palavras, nos espaços entre elas, nas reticências.

Os olhares, os gestos e, sim, os silêncios, potencializam uma comunicação mais completa e humanizada com os pacientes. Por isso, temos que ficar atentos a essas "gramáticas" pouco discutidas, mas cheias de significado.

Se comunicar em meio a silêncios. Esses silêncios chegam a redefinir todo o sentido do que se diz, ou mesmo o direcionamento. O silêncio na nutrição não deve abrir espaço para o constrangimento. Não deve trazer ansiedade.

Para uma boa escuta, desacelerar é preciso

Às vezes, nós, que deveríamos ser a escuta atenta e organizada do paciente, nos tornamos máquinas falantes com pavor do silêncio, ansiosos por uma resolução imediata, seja lá qual for a condição do paciente.

O silêncio é informativo e produtivo. Às vezes é doloroso, sim, mas as dores de vez em quando precisam ser expostas para serem compreendidas e posteriormente expurgadas.

Abrindo espaço para o silêncio durante a consulta

Falo sem medo de estar equivocada: os momentos de silêncio na consulta fazem parte do processo de autodescoberta do paciente. É quando ele entende o seu tempo e elucida melhor as suas questões; quando se conecta consigo com mais honestidade e intimidade.

Respeitar o paciente e seus processos envolve aceitar e respeitar o seu eventual silêncio. Não somos capazes de dimensionar a dor de outra pessoa, mas é nossa tarefa praticar a empatia e apontar os caminhos para cuidarmos dessa dor em conjunto.

Sem dúvidas, também é uma maneira de criarmos espaço para desenvolver uma relação de confiança com o paciente, e para que ele se desenvolva enquanto autoconfiante.