Transtornos alimentares e sua relação com setembro amarelo
Transtornos alimentares (TAs) e saúde mental estão intrinsecamente ligados. Por mais que tentem dissociar nossa relação com a alimentação e com o nosso corpo das outras várias questões emocionais que nos cercam, que têm natureza tanto individual quanto social, o fato é que o desenvolvimento dos TAs não pode ser entendido sem olhar para os fatores psicológicos.
É muito difícil definir um motivo causador dos transtornos alimentares. Geralmente, eles têm razões complexas, resultam de traumas, padrões de comportamentos adoecidos, pressões sociais, padrões impostos e cobrados pela indústria da dieta, entre outros, o que gera uma constante insatisfação com o corpo, culpa após episódios envolvendo a comida (seja por excesso ou falta), vergonha, entre outros. Pessoas convivendo com transtornos alimentares, sejam elas as adoecidas ou as que as cercam, lidam diariamente com questões que causam sofrimentos, mas, muitas vezes, silenciam diante dos preconceitos sociais.
Por isso, a importância de ações com o Setembro Amarelo, que visa a prevenção de suicídios. O tratamento dos TAs não se restringe apenas à alimentação. Passa, também, por uma terapia alimentar, pelo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, composta, além dos nutricionistas, por psicólogos e psiquiatras.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com o maior número proporcional de pessoas com depressão na América Latina. As questões de adoecimento emocional são urgentes e precisam ser tratadas com honestidade e seriedade. Daí a importância de campanhas como o Setembro Amarelo, pois alertam para a necessidade de tirar o tabu do assunto.
Pessoas necessitando de qualquer tipo de ajuda, devem se sentir confortáveis para conversar e pedir auxílio. Isso só é possível quando criamos um ambiente seguro, sem julgamentos. E cada um de nós somos responsáveis por transformar esses estigmas e lutar pelo nosso bem-estar e do coletivo. Se precisar, busque ajuda, não silencie. Suas dores e dificuldades importam e merecem ser acolhidos e cuidados.
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