Os riscos de vilanizar os alimentos

Quando falamos em nutrição, é bem comum que automaticamente façamos a associação entre comida e dieta restritiva.

Isso acontece porque estamos lidando com uma indústria que, há décadas, relaciona magreza a saúde e bem-estar. E, no que diz respeito a essas dietas, os alimentos são divididos entre “permitidos” e “proibidos”. Assim, a relação com a comida já começa a sofrer uma mudança.

O dilema dos ''vilões x mocinhos'' na questão alimentar precisa de atenção, informação e desconstrução de ideias que já foram tidas como verdades absolutas. Neste artigo, vou te mostrar por que não devemos vilanizar a alimentação. Acompanhe:

O dilema do ''permitido x proibido'' na alimentação

Se algo se torna proibido, isso não significa que nosso desejo por ele irá desaparecer. O que entra na equação é o sentimento de culpa e, em muitos casos, de punição, física ou emocional, quando se “quebra” a restrição.

Quando naturalizamos que algum alimento deve ser eliminado das refeições de alguém simplesmente porque a dieta da moda determina, ignoramos que cada corpo tem suas necessidades e que, ao estabelecer essas privações, pode-se desencadear sofrimentos e consequências a curto, médio e longo prazo.

Por que não devemos vilanizar os alimentos?

Vilanizar um alimento nunca é uma solução adequada. Por exemplo: há quem ache que é preciso cortar completamente doces e carboidratos da dieta - e que, ao se deparar com um brigadeiro, sinta um desejo que, se a princípio negado, depois pode ser compensado em atos impulsivos, que levam inclusive ao consumo em maior quantidade do que o desejado a princípio.

E, para alguns, pode ser um desencadeador de transtornos alimentares, com ações autopunitivas por ter “fugido” da dieta.

Descontruindo visões estereotipadas na alimentação

Esse tipo de visão sobre a nutrição desconsidera o comer intuitivo, que é baseado na conscientização sobre o que se come e sobre as sensações de fome e saciamento do corpo.

Ao invés de dividir a comida (e a vida, de uma forma geral) entre boa e ruim, permitida e proibida, que tal parar para se escutar, entender sua fome e criar um ambiente mais acolhedor para a sua alimentação?