Restrição alimentar & compulsão
Semanalmente vemos portais de notícia compartilharem notícias sobre estudos que afirmam ter encontrado a fórmula da alimentação "saudável". Cada uma com suas especificidades, elas costumam ter duas características em comum: impor uma forma única de comer e vilanizar alguns alimentos. A restrição é sempre apontada como a solução. O que, na verdade, é uma grande falácia. Dietas restritivas são apontadas como soluções quando, na verdade, podem ser um grande problema. Explico.
Nossos corpos têm necessidades específicas que não podem ser reguladas pelo que funciona para o outro. A restrição alimentar acontece quando, conscientemente, se restringe a quantidade de comida ingerida com o objetivo de perder peso. Nesse pensamento, a mentalidade da dieta coloca alguns inimigos, como carboibrados, que devem ser "evitados".
Mas, estudos mostram que pessoas que os praticantes da restrição alimentar costumam comer mais de pois de lanches altamente energéticos, enquanto pessoas que não fazem dieta comem menos após a mesma refeição. Nesse processo, para as pessoas que praticam dietas, pode-se criar episódios de compulsão alimentar, alternados com os de restrição.
Os estudos mostram também que a restrição alimentar altera nossos níveis de energia. Na falta dos nutrientes necessários, nosso corpo ativa mecanismos para impedir que suas funcionalidades sejam interrompidas, o que causa um desequilíbrio no nosso armazenamento de energia. Entende como isso pode ser danoso?
Por isso é importante que cada um de nós comece a entender de forma consciente nossa relação com a alimentação e com o nosso corpo. Observar os aspectos nutricionais, mas também sociológicos e culturais, pois tudo está interligado. Ouvir nosso corpo, entender suas necessidades. Um caminho com menos pressão sobre si e mais prazer para ser quem se é.