Preconceito com corpos LGBTQIA+: O padrão pode ser perigoso?

preconceito com corpos LGBTQI+

Constantemente, o preconceito vem sendo debatido e exposto em nossa sociedade. Porém, algo que não é debatido com tanta frequência por toda a comunidade, é o preconceito com corpos LGBTQIA+.

Preconceito com corpos LGBTQIA+ pode gerar diversas condições perigosas

Frequentemente marginalizada e julgada, a população LGBTQIA+ é parte do nosso mundo e merece os mesmos acessos e cuidados que temos quando o assunto é saúde. Enfrentando dificuldades entre auto aceitação e aceitação de parentes, por exemplo, o universo LGBTQIA+ se apoiou muito na questão estética para se auto afirmar e empoderar.

Como resultado da quebra de alguns padrões de beleza, eles conseguiram se unir e se fortalecer. Mas será que eles conseguiram quebrar alguns padrões na própria comunidade?

Transtornos alimentares são mais frequentes para LGBTQIA+

De acordo com o NEDA (National Eating Disorder Association), os homossexuais possuem 7x mais propensão a ter compulsão alimentar e são 12x mais propensos a ter bulimia, em comparação a outros homens heterossexuais. Além disso, em outra pesquisa, o dado alarmante de que 54% dos jovens LGBTs entrevistados já tiveram algum transtorno alimentar, chocou bastante.

Como resultado da jornada pela autoafirmação e pela fuga do preconceito com corpos LGBTQIA+, buscar um padrão de beleza dentro de vários nichos na comunidade é algo de suma importância, e episódios de rejeição e conflitos podem acabar se transformando em transtornos alimentares, como escape ou punição.

preconceito com corpos LGBTQI+

Dessa forma, viver em um ambiente que não lhe aceita puramente, faz com que essa busca incessante por um padrão perfeito, lhe acompanhe a vida inteira. A mídia, de certa forma, objetifica esses homens e essas mulheres para que sejam destaque apenas pela sua beleza, o que cria um ciclo sem fim.

Processos de auto aceitação muitas vezes tornam-se batalhas contra si mesmo

Em suma, o processo de empatia e amor pelo corpo começa dentro de cada um, mas quando o ambiente não se mostra receptivo, as cobranças aumentam e crises de ansiedade e depressão podem ser refletidas em comportamentos alimentares e preconceitos com corpos LGBTQIA+.

Enquanto os transtornos famosos como a bulimia e a anorexia continuam como os maiores vilões dessa busca por um corpo idealizado, a ortorexia, que é a obsessão por um lifestyle saudável a qualquer custo, também vem ganhando espaço, criando uma saúde não tão saudável assim.

Gordofobia entre a comunidade LGBTQIA+ e fora dela

Imediatamente quando pensamos em gordofobia, temos que lembrar que estamos falando sobre atitudes, falas e práticas que tentam, de maneira gritante ou silenciosa, invalidar o corpo gordo. Como se ele de fato não fosse um corpo, como se não merecesse carinho, atenção, cuidado, respeito.

Em uma sociedade que usa corpo como fita métrica de cartão de visita, o peso de alguém ou o formato do corpo de alguém não deveria ser um fator determinante para julgar características como talento ou responsabilidade, apesar de ainda ser. Piadas gordofóbicas, comentários em mesas de amigos, olhares e incômodos no dia a dia são sinais graves que essa luta está longe de acabar.

Além disso, há preconceito com corpos LGBTQIA+ gordos na própria comunidade. Como resultado, essas pessoas quase sempre iniciam uma busca arriscada, restritiva e prejudicial à saúde, para serem aceitas numa comunidade que deveria protegê-las e numa sociedade que deveria aceitá-las e respeitá-las.

Tanto quanto o preconceito com corpos LGBTQIA+, o corpo gordo ainda é sinônimo de desleixo, de falta de responsabilidade, mas nem sempre é isso o que acontece. Ser gordo ou magro não é indicativo de saúde: existem vários magros por aí com a saúde disfarçada pela sociedade.

É preciso amar a si mesmo e respeitar todos os corpos

Amar o corpo, independente de estrias, celulites ou dobras, é um exercício diário. Bem como explorar roupas (inclusive aquelas que as pessoas dizem que gordos não podem usar, como decotes e estampas), defender a autonomia, a independência, a autoestima, a vida amorosa e sexual, tudo isso é um exercício diário.

É necessário validar o corpo todos os dias. Dar espaço, dar voz, dar representatividade. Um corpo é lindo do jeito que é. E acolher esse corpo é nosso papel, para que possamos entender a pluralidade dos formatos e respeitar cada história, sem paranoias e com muito carinho.

Enfim, talvez você faça parte dos 92% de brasileiros que já praticaram ou presenciaram algum ato de gordofobia. Porém, o importante é entender e reavaliar a sua postura, já que estamos em constante evolução e aprendizado.

Respeitar as limitações com o corpo, dar adeus ao preconceito com corpos LGBTQIA+ e buscar quebrar os padrões da própria comunidade extremamente envaidecida, também é um desafio diário. Fazer as pazes com o alimento e enxergar beleza fora do padrão é o novo padrão de beleza.

Se você se identifica com tudo que abordei neste artigo, ou está passando por algo parecido, te faço um convite para conversarmos! Você é incrível e eu posso te ajudar, basta entrar em contato comigo!