A verdade por trás do 'dia do lixo'

"Sem sacrifício não há recompensa". Essa frase é um grande e perigoso clichê, especialmente nos discursos de restrições alimentares e culto ao corpo. Ela parte do princípio de que se não estivermos sujeitos ao "sacríficio", não vamos obter a "recompensa" desejada.

Mas fazer um sacrifício, especialmente na cultura ocidental, se trata de se submeter a um grande sofrimento. Significa abrir mão de coisas importantes, até de nós mesmos, em nome de algo "maior" e "valioso".

Não raro, a alimentação "perfeita", que vai levar ao corpo "perfeito". Assim, meio que como mágica (sim, o sacrifício tem algo de "mágico" e "milagroso" em seu significado).

 Quando a gente traz isso pro universo da alimentação, o perigo do "sacrifício" é bastante latente. Porque muitas vezes, pra essa "mágica" acontecer, a gente se priva de se sentir bem, de ter prazer e de ser saudável.

Eu acredito que a noção de "esforço" é muito mais adequada. Podemos nos esforçar para comer bem. Podemos nos esforçar para ter práticas cotidianas saudáveis (alimentares, físicas e mentais). Isso quer dizer nos dar força, nos fortalecermos. Jamais nos "forçarmos" a algo.

Eu não estou falando de abrirmos mão de nos cuidarmos. O que eu estou dizendo é que devemos entender a melhor forma de nos cuidarmos. E olha, eu te garanto: não é na via do sofrimento e do (auto)sacrifício. Isso não traz qualquer garantia prometida, e nos leva a processos de adoecimento e sofrimento físico e psíquico que podemos evitar.

Como eu posso trazer esse esforço pro meu dia a dia? Como eu posso lidar com a alimentação sem sofrimento? Como eu posso cuidar mais e melhor de mim? Essas são algumas perguntas que a gente pode se fazer e tentar refletir um pouco sobre esse autocuidado alimentar.

Abaixo o sacrifício! Viva o esforço consciente!