Estigmas em torno do peso: quando os nossos corpos são hierarquizados

A forma como nos relacionamos com o corpo é fruto de uma construção social. É sempre importante ressaltar esse aspecto pois a publicidade, o mercado e algumas ideias sobre a saúde insistem em naturalizar o contrário.

Querem fazer acreditar que existe um tipo certo de corpo, uma forma única de beleza e comportamento, e que todos devemos nos adequar a ela. Para manter esse controle em alta, usa-se de uma hierarquização dos corpos, classificando aqueles que são belos e também os que deveriam ser "indesejáveis".

Estigmas sobre o corpo

Esse conjunto de violências simbólicas e concretas se sustenta a partir de estigmas em torno do peso. Por exemplo, o de que pessoas gordas são preguiçosas ou não saudáveis, entre outras concepções deturpadas. São formas de perpetuar preconceitos e discriminações a partir do tamanho das pessoas.

Disfarçado de cuidado e preocupação, o preconceito pode gerar exclusão social, culpabilização e uma série de sofrimentos emocionais. Para crianças e adolescentes, frequentemente aparece na forma de bullying e exclusão. São comportamentos que estimulam pensamentos e ações autodepreceativos e uma maior propensão ao desenvolvimento de transtornos alimentares e emocionais, em todas as faixas etárias.

Julgamentos sobre o peso

Ao classificar corpos como desejáveis e indesejáveis, saudáveis ou não, baseados no tamanho, nos tonarmos coniventes com um sistema de opressão que aflige muitas pessoas. Não culpabilizar o outro é uma boa maneira de começar essa mudança intera e coletiva.

Corpos são livres, como também devem ser as pessoas. Existimos em nossa diversidade, então por que criar um padrão?