Bulimia: algo sobre o qual não podemos calar
Dos transtornos alimentares mais retratados na mídia, a bulimia certamente é um dos mais recorrentes. Essa visibilidade é importante para acionarmos mais debates na sociedade sobre esse tema, urgente e concreto, mas temos que ficar atentos ao estigma associado a esse imaginário midiático e às limitações que essas representações podem impor.
Pensando nisso, decidi falar um pouco mais em detalhes da bulimia, da complexidade desse transtorno e das consequências que ele pode trazer ao nosso corpo e à nossa mente.
Bulimia e compulsão alimentar
A bulimia é marcada principalmente por um combo perigoso em termos de saúde e alimentação: a compulsão alimentar e a culpa social pela ingestão de determinados alimentos (em geral, bastante calóricos e tidos como os “vilões” das dietas).
Entra-se em um ciclo vicioso difícil de sair, pois a compulsão gera culpa, que gera compulsão, e assim sucessivamente. Quando ingere esses alimentos, o paciente se esforça para eliminar o que comeu, por meio de vômitos ou mesmo induzindo diarreias.
Diagnosticando a bulimia
A bulimia também é mais difícil de ser notada por familiares e amigos, pois o paciente geralmente não fica desnutrido ou excessivamente magro. Os episódios de eliminação do que foi consumido costumam ser vividos em segredo, de maneira solitária, o que gera ainda mais ansiedade e quadros de depressão severa.
A bulimia é uma doença sem gênero - homens e mulheres podem ser acometidos por esse distúrbio alimentar. As mulheres acabam sendo alvo de muito mais pressão estética e psicológica para serem perfeitas e modelares, mas os homens estão cada vez mais afetados por padrões corporais e de masculinidade difíceis de se atingir.
Os fatores
Os fatores que podem acarretar em um quadro de bulimia são vários. Entre eles, o desejo exacerbado de cuidar do corpo e a adesão a dietas restritivas, além da pressão de amigos, familiares e da própria mídia para sermos seguidores da “seita” do corpo perfeito.
A bulimia, como os demais transtornos alimentares, tem tratamento e requer acompanhamento com profissionais da nutrição e da psicologia/psiquiatria. Ao menor sinal, busque ajuda, ou seja a pessoa que oferece ajuda a quem precisa.