Dezembro, confraternizações e limites

Dezembro é um mês conflitante para muita gente. É o encerramento do ano, um momento de reflexão, no qual costuma-se pensar sobre o que passou e, também, no que virá, no que podemos fazer diferente nos próximos 365 dias. É, também, um período de muita socialização marcada por comida e bebidas, o que afeta o emocional de várias pessoas.

As confraternizações são marcas do período e começam já nos primeiros dias de dezembro e podem emendar com Natal e Ano Novo. As “confras” reúnem amigos, colegas de trabalho e familiares, dependendo do seu contexto. E, em meio a essa alegria e camaradagem, também podem surgir comentários inconvenientes sobre a aparência, hábitos, gostos, entre outros.

Por isso, há quem considere esses encontros como causadores de tensão e estresse. Principalmente, quem vive com transtornos alimentares ou outras questões físicas e emocionais, pois costumam ser espaços de muita exposição. É muito doloroso se sentir inadequado e julgado. Por isso, é importante estabelecer limites, para si e para os outros. Não quer ir para uma confra? Diga. Foi alvo de um comentário doloroso? Pontue e mostre como aquele tipo de comportamento afeta as pessoas.

É fácil estabelecer limites? Não. Mas é possível e necessário fazer isso, com gentileza e de formas que não desrespeitem quem você é, o que você sente, e também o outro. É um processo contínuo e você pode começar aos poucos. Como diz o nome, esses devem ser encontros para confraternizar, celebrar, partilhar bons momentos.

E, para isso, é necessário que se estabeleça ambientes seguros. Se atente também aos tipos de comentários que você irá fazer, pois, o que pode parecer cuidadoso, na verdade, pode soar invasivo e ferir o outro.

Desejo que neste dezembro e nos próximos meses você possa viver momentos bonitos com quem ama, se sinta bem consigo, ressignifique sua relação com a comida e com o seu corpo, caso ela esteja te machucando, e possa aproveitar a vida com felicidade, como você merece!