Dietas restritivas funcionam?

Quando você lê a palavra dieta, quase imediatamente deve associar a uma série de restrições, não é? Isso porque, há décadas, vem sendo normalizada uma relação com a comida pautada por uma sensação de culpa, que proíbe determinados alimentos e impõe comportamentos como jejum ou mesmo horários específicos para a realização de refeições.

E é sobre isso que eu gostaria de falar hoje com vocês.

Os perigos da dieta restritiva

Em muitas dietas restritivas, horários são estabelecidos de forma universal. Por exemplo: é dada quase como uma verdade absoluta a ideia de que é preciso comer de três em três horas. No entanto, esse tipo de fórmula desconsidera que diferentes corpos têm necessidades distintas, que pessoas têm hábitos variados, influenciados por vários fatores, como família, cultura, trabalho etc.

Quando se estabelece que existe um horário específico para se alimentar, o comer se torna quase uma obrigação - e, como tal, vai sendo dissociado do prazer. Pode-se começar, então, um ciclo complicado, que inclui a frustração por não cumprir com essas metas, sensações de insatisfação, fome, triste, culpa, só para citar alguns.

Alimentação restritiva x alimentação intuitiva

Diferente das dietas restritivas, a alimentação intuitiva pressupõe o entendimento das necessidades físicas e emocionais de cada um.

Se há fome, que se coma, entendendo também quando atingir a saciação, quando ele chegar. É um processo que pode parecer simples, mas que, em uma sociedade pautada por dietas restritivas, se torna cada vez mais complicado.

Seu corpo fala. Escute-o

Tudo parte do entendimento do que faz sentido para você. Quando falo sobre a importância de ouvir seu corpo, é justamente para lembrar que nosso organismo sabe suas necessidades nutricionais - e que alimentar-se não está só relacionado a essa questão. É também sobre compartilhar bons momentos, criar lembranças, experienciar novos sabores e sensações.

Se ouvir e entender o que você e seu corpo precisam permite que se estabeleça uma outra relação com a comida. O horário de comer se torna aquele no qual a vontade está presente, com a autoconsciência e o prazer de volta à mesa.