Como encontrar a saciedade na alimentação?
Qual a medida da nossa satisfação? Muitas vezes é difícil respondermos a essa pergunta porque simplesmente não sabemos o ponto de parar - e isso vai tanto para o excesso quanto para a privação - o que muitas vezes acaba gerando sensações como culpa e tristeza.
É como se abundância e restrição fossem os únicos dois espectros com o qual nos relacionamos e, assim, esquecemos que é possível encontrar um caminho no qual o nosso bem-estar é ditado por nós mesmos e pelas necessidades reais do nosso corpo e nosso emocional. Falo muito aqui do comer intuitivo, e o respeito às vontades do nosso corpo.
Comer em excesso ou comer de forma restritiva
Para entendermos melhor nossos limites é necessário, antes de tudo, que nos escutemos. Precisamos nos conhecer, entender o que nos satisfaz, o que nos machuca, enfim, encontrar a medida do que se adequa a quem somos e às nossas necessidades. E isso não está ligado apenas à alimentação: envolve todas as esferas da nossa vida, de relações afetivas ao trabalho, passando por campos como diversão, intelectualidade, entre outros.
Educação alimentar na infância
Deveríamos ser estimulados desde pequenos a buscar nossa própria identidade, sem a pressão dos parâmetros sociais. Crianças forçadas a comer alimentos que não gostam, estimuladas a ingerir alimento em horários nos quais ainda não sentem fome ou mesmos culpabilizadas por não aguentar uma determinada quantidade durante a refeição, podem acabar desenvolvendo um relacionamento conturbado com o comer.
Ainda que ciclos de dor possam parecer algo natural quando já estamos habituados a conviver com eles, é preciso lembrar que é possível quebrá-los.
Encontrando o equilíbrio
Se nos dizem que podemos aguentar mais ou que precisamos comer menos - mas nossa mente e corpo operam de forma diferente -, essa falta de sintonia pode gerar repercussões danosas. Quando somos tomados pelo impulso, muitas vezes nem sabemos porque estamos agindo daquela maneira.
O primeiro passo é reconhecer que há esse sofrimento e buscar ajuda, seja inicialmente com um amigo, com familiares, o parceiro ou a parceira e, quando necessário, de profissionais especializados. O importante é entender que você não precisa passar por essa jornada sem apoio.