Relação entre alimentação, emoção e autoconhecimento
Em dias de chuva, quais memórias te vêm à mente? Que cheiros, sabores e sensações são despertados? E quando o sol está brilhando no céu, há poucas nuvens e o calor toma conta da cidade, o que te dá vontade de comer?
Se você parar para pensar, alguns alimentos estão muito associados ao clima ou à época do ano e isso tem várias razões de ser, tanto no que diz respeito a mecanismos do corpo quanto à ideia da comida como construção cultural.
A alimentação e necessidades do corpo
Em temperaturas mais baixas, o nosso corpo "solicita" alimentos mais quentes, como uma forma, inclusive, de amenizar o frio, enquanto na situação contrária, de calor, ele pede por mais líquidos e ingestão de comidas mais frias para aliviar o calor. São formas de regular alguns mecanismos do corpo,
Mas esses hábitos alimentares não estão restritos apenas às questões físicas.
Comida enquanto lugar de afeto
Comida também é afeto, memória e identidade e, assim, está permeada de significados. Por isso cada lugar tem sua cultura alimentar e ela é reflexo, entre outros fatores, do clima e da forma como as pessoas se relacionam com ele e com os alimentos disponíveis.
Mas isso não é algo fixo e aplicável para todos: é possível estar em uma situação de muito frio e querer tomar um sorvete, por exemplo, ou mesmo sob muito calor e querer tomar um caldinho na praia (recifenses sabem bem disso!). E tudo isso ser uma delícia, tanto pelo sabor quanto pelos momentos vividos.
Ouvir o corpo
Permitir que esses desejos e afetos se manifestem é uma forma de se conectar com seu corpo e também com o entorno. Na contramão dessa ideia, dietas restritivas implementam cardápios rígidos que não levam em consideração nem a individualidade de cada um, nem aspectos culturais, sociais etc.
Elas acabam distanciando as pessoas do saber natural de seus corpos e das memórias pessoais e coletivas que formam um povo. Agora eu quero saber: quais alimentos surgem na sua cabeça quando o clima dá uma esfriada?