Como funciona o terrorismo nutricional?

Qual alimento ou componente nutricional está na "roda de exorcismo" no momento em que você lê esse texto? O que você acha que está na moda demonizar atualmente? Depois do reinado da gordura trans nos anos 2000, seriam o glúten e os carboidratos a tendência atual?

É bem doido como sempre tem um alimento ou um componente nutricional posto na fogueira. Parece um aviso da indústria alimentícia hegemônica, como se fosse uma cortina de fumaça que dissesse: "Sim, isso faz muito mal, mas todo o resto faz bem e é ideal para a sua saúde!".

Assim, ocorre o terrorismo nutricional. O ato de demonizar os alimentos e criar medos sobre a nutrição. Neste artigo, vamos descontruir um pouco desta ideia. Confira:

Descontruindo a ideia do terrorismo nutricional

Evidentemente, se consumidos em excesso, determinados alimentos ou componentes nutricionais podem gerar uma série de prejuízos à saúde. Mas, por si só, eles não têm esse poder - a não ser, é claro, em decorrência de alergia ou de uma condição aversiva a determinados alimentos/componentes nutricionais.

Vale salientar que aqui não se escreve em defesa de algum alimento ou componente nutricional em específico. Eu escrevo aqui contra lógicas moralistas de bem e mal em relação a quaisquer alimentos ou componentes nutricionais. Ou, para usar um termo que fala por si só, contra o "terrorismo nutricional".

É necessário fazer isto porque as consequências das lógicas "vilanescas" atribuídas à alimentação são extremamente destrutivas e danosas à nossa saúde física e mental. Elas nos tornam inimigos da comida e do próprio ato de comer.

Consequências do terrorismo nutricional

Quando a proibição e a restrição se tornam imperantes na nossa rotina alimentar, somos submetidos a um terrorismo nutricional que demoniza certos alimentos e práticas em nome de promessas vazias e problemáticas, como a aquisição de um "corpo perfeito".

A falta absoluta de determinados tipos de alimento pode nos prejudicar bem mais do que doses razoáveis - e benéficas - deles.

… E quais são as alternativas?

Buscar a libertação na alimentação e na convivência com seu próprio corpo e suas escolhas é uma direção muito mais potente, rica e cheia de possibilidades incríveis. É por esse eixo que precisamos ser conduzidos. Um eixo de autonomia, consciência, responsabilidade e plenitude, em relação à alimentação, aos nossos corpos e às nossas vidas.