Instagramatização dos corpos: saiba quais são os perigos dos filtros
Como você quer ser visto nas redes sociais? A gente pode até nem pensar nisso, mas todos seguimos critérios e estratégias, ainda que automáticos, quando publicamos uma foto ou um vídeo com a nossa imagem. Coisas que parecem bobagens, pequenas "correções", mas que dizem muito sobre a maneira como nós percebemos a nós mesmos.
Sem dúvidas, os filtros de fotos são uma das principais ferramentas de edição de imagens de que dispomos no dia a dia. Quando escolhemos um filtro, nos sentimos no poder de recriar a nossa imagem. E no geral, o que se busca é a perfeição e a idealização - de uma situação, de um corpo, de um rosto, do cotidiano, enfim, de toda uma vida.
Cultuar filtros no Instagram é nocivo
Criamos um mundinho particular para compartilhar publicamente, dentro do qual momentos tristes ou "imperfeições" corporais simplesmente não existem, ou são drasticamente minimizados. É nesse mundinho em que exibimos sorrisos fartos, peles perfeitas e corpos restritos a enquadramentos próximos de um padrão aceito como "belo" no feed alheio.
Não é exagero dizer que a cultura de filtros está impactando de maneira significativa a percepção que temos sobre nós mesmos e a nossa noção de beleza e autoestima. Segundo reportagem do The Wall Street Journal, uma pesquisa interna do Facebook, empresa detentora do Instagram, comprovou que a rede de imagens impacta de maneira negativa na saúde mental das pessoas, sobretudo de meninas e adolescentes.
Não à toa, a primeira entrevistada da reportagem é justamente uma adolescente que desenvolveu distúrbios alimentares severos, em decorrência da constante comparação que ela fazia entre a sua própria vida e as vidas "perfeitas" alheias que via compulsivamente no Instagram. Tudo isso pela busca insana pelo corpo dito perfeito, isto é, aquele que, além de "belo", tem milhões de seguidores, curtidas e comentários.
Por uma vida sem filtros
Por que somos incitados a nos esconder, a nos apagar? Quando passamos a nos apresentar com filtros à exaustão, estamos nos "filtrando". E o que decantamos desse processo de "filtração" de nós mesmos? Quais partes de nós mesmos optamos por eliminar como se fossem "impurezas"? São algumas perguntas que eu gostaria que nós não precisássemos nos fazer.