Gatilhos e alimentação: como as vivências afetam o comer

Quem me acompanha por aqui sabe que a forma como enxergo a saúde leva em consideração não só o físico, mas também o emocional - por isso sigo o lema "nutrição com afeto".

Por isso, minha abordagem sobre o transtornos alimentares parte do pressuposto que eles devem ser tratados de uma forma múltipla, contemplando também o acompanhamento psicológico.

Transtornos alimentares e comportamento

Os TAs são resultados de fatores complexos, de ordem individual, com as questões ligadas às vivências de cada um, e coletivas, fruto de elementos da cultura que legitimam ou não certos tipos de corpos e comportamentos. Desta forma, todas as nossas vivências podem afetar a nossa alimentação.

Neste artigo confira um pouco mais sobre esta relação

Transtornos alimentares na mídia

Identificar um transtorno alimentar nem sempre é fácil - e falar sobre, muito menos. Recentemente, vimos no BBB uma tentativa de iniciar uma discussão sobre o assunto, quando os hábitos alimentares de uma participante, altamente restritivos, envolvendo jejuns e culpabilização após comer.

Apesar da preocupação dos internautas e até de alguns integrantes do programa, a questão não foi desenvolvida, talvez até por se tratar de um tema ainda tabu.

Alguns comportamentos podem ser indicativos de que a pessoa pode precisar de ajuda para tratar um TA. Esses sinais podem incluir um relacionamento conturbado com a comida, com preocupação excessiva com o peso, contagem de caloriais e problemas de autoimagem, mudanças bruscas de peso, fraqueza e cansaços excessivos e aparentemente sem motivo, mudanças extremas de humor, restrições com certos tipos de alimentos e adoção de várias dietas restritivas, sentimento de culpa após comer, entre outros.

Sinais dos Transtornos Alimentares

Vale ressaltar que uma pessoa com TA não terá necessariamente todos esses sinais. Repito: as experiências são individuais e, por isso, é preciso não só saber o que se come, mas como se come e as razões, pois tudo isso ajuda o profissional da nutrição a entender como melhor ajudar seus pacientes.

Conviver com transtornos alimentares não é fácil e os indivíduos precisam não de julgamentos, mas de acolhimento. Se você é uma pessoa vivendo com TA, procure ajuda e priorize o seu bem-estar. Se você conhece alguém que esteja passando por esse processo, se coloque disponível para escutar e dar suporte emocional. Afeto e cuidado são essenciais nessa jornada.