As raízes da fome emocional

Subvertendo um pouco a provocação política dos Titãs ("você tem fome de quê?"), eu lanço aqui uma questão não menos provocativa: você conhece a sua fome? Você sabe que fome você está sentindo?

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Existem vários tipos de fome. O mais conhecido deles é a fome física, que é quando nosso corpo avisa ao nosso cérebro que precisamos de mais "combustível", ou seja, a sensação fisiológica de que precisamos repor os nutrientes (não só o estômago "roncando", mas eventualmente dor de cabeça e aquele "queimor" na garganta).

Um outro tipo de fome é a fome emocional. Ela não é tão conhecida como a primeira, mas pode estar tão presente na vida de muitos de nós quanto a fome física. Por vezes, ela se apresenta com os sintomas de uma fome física, mas tem um mecanismo bem diferente.

O que acontece durante a fome emocional?

Na fome emocional não é o corpo que avisa ao cérebro da necessidade de comer, mas o cérebro que "informa" ao corpo dessa condição. Na verdade, o cérebro é responsável por produzir essa sensação, e o corpo entende que se trata de uma fome física.

O maior problema da fome emocional é quando ela sai do controle e deixa sem saber se estamos comendo porque nosso corpo precisa de nutrientes ou se estamos lidando com alguma compulsão alimentar oriunda de problemas emocionais e psicológicos.

Como a fome emocional se relaciona com os sentimentos?

Afinal, se entendemos que estamos com fome, comemos para saciar essa sensação - o que, na fome emocional, geralmente ocorre para taparmos uma série de buracos emocionais com os quais não conseguimos lidar sem uma rede de suporte e sem ajuda profissional.

A fome emocional não é só acionada como reação a uma situação negativa ou estressante, como tristeza, ansiedade, frustração, tédio e raiva. Ela também pode ser ativada inclusive por emoções positivas ou agradáveis de grande impacto, como felicidade e entusiasmo.

Driblando as emoções e se alimentado de forma equilibrada

Ter uma rede de apoio e ajuda profissional é o melhor caminho para lidarmos melhor a questão da fome emocional. Nem sempre se tem essa rede, e nem sempre se tem condições de buscar essa ajuda, mas um primeiro passo é tomar consciência disso e reconhecer para si mesmo o que se passa.