Por que o corpo gordo incomoda a sociedade?
Vivemos em uma sociedade gordofóbica e isso afeta diversas esferas da nossa vida. Diante de um padrão rígido que associa saúde e beleza à magreza, os corpos que não se adequam a essas regras são taxados como não desejáveis e mais, como motivo de depreciação. É como se os nossos corpos fossem públicos e coubesse a qualquer pessoa o direito de opinar sobre eles - e, mais, de regulá-los.
Já parou para pensar como são comuns comentários em relação aos corpos dos outros? Algumas pessoas se sentem na liberdade de apontar que outra engordou - e, normalmente, associa isso a algum problema -, ou emagreceu, o que, para muitos, é motivo de elogio.
"Tás ótima!". Mas o que é estar ótima/ótimo? É estar magro? Por que precisamos padronizar nossos corpos a ponto de que qualquer forma diferente do considerado aceitável deve ser reprimida?
Corpos gordos na ditadura da magreza
A ditadura da magreza obedece a interesses mercadológicos, de venda de um estilo de vida que pode não só ser cruel, como também criar várias deturpações.
Um corpo acima do peso (se levarmos em consideração o Índice de Massa Corporal) pode ser saudável e este indivíduo pode ter uma qualidade de vida melhor do que alguém considerado magro.
A magreza muitas vezes é resultado de um estilo de dietas restritivas (e perigosas) e de comportamentos que podem ser prejudiciais para a pessoa. É o mesmo caso do sobrepeso.
Por isso, é importante que a saúde seja vista como algo complexo, que envolve hábitos positivos na alimentação e na prática regular de exercícios, e também no cuidado com as emoções.
Olhar nosso corpo de uma forma holística nos permite perceber que o nosso bem-estar não está prescrito por ninguém - é construído a partir das nossas necessidades. Precisamos, enquanto sociedade, repensar nossos valores, incorporar a diversidade em todas as esferas e parar de causar sofrimento nas pessoas por conta de suas aparências. A beleza não é medida pelo IMC.