Alimentação e culpa: uma associação com consequências negativas
Comer não é uma ação desprovida de significados. É instintiva, pois o corpo precisa de nutrientes para executar suas funções, mas também fruto de muitos fatores, como a cultura.
Por isso, se alimentar é um processo atravessado por questões que podem ser explícitas ou ainda inconscientes, podendo, em algumas situações, trazer, para além da sensação de saciamento, outros vários sentimentos, da alegria à angústia.
Comida com culpa
Por exemplo: nós vivemos em uma sociedade capitalista e desigual, na qual existe fartura para uns e escassez para muitos. Diante das injustiças sociais, é comum que algumas pessoas se sintam culpadas por terem acesso à comida, enquanto outras vivem em situação de insegurança alimentar.
Esse sentimento às vezes é inclusive estimulado em discursos, especialmente para crianças. Falas como "Você está estragando comida, enquanto crianças na África passam fome" ainda são comuns, na maioria das vezes são ditas com o intuito de ajudar, mas podem estimular uma relação conturbada com a alimentação.
Alimentação sem sofrimento
Associar o ato de se alimentar ao sentimento de culpa pode acarretar várias consequências, inclusive o desenvolvimento de transtornos alimentares. Se você faz algo porque é obrigado, se aquilo te traz angústia, dor e mal-estar emocional, é provável que se instaure um processo de sofrimento emocional e físico.
É necessário entender os seus limites, como seu corpo opera, quais são as suas necessidades.
A mudança que vem de dentro de nós
Ajudar o próximo, tentar mudar estruturas de desigualdade e contribuir para um mundo melhor, também é possível e, mais, é essencial. Mas, isso não pode acontecer às custas da sua saúde. Estar presente e bem é o caminho mais leve para, também, transformar o entorno. A mudança pode começar dentro de você!